sexta-feira, 31 de julho de 2009

Névoa preta


Uma névoa preta se aproxima, deixando transparecer todo seu poder de persuasão. Fica claro que não adianta se esconder, pois seus olhos o perseguem. O medo é natural mas, obviamente, supérfluo.
Corro entre pedras, e me assusto com a dimensão do infinito. A ameaça é passageira e posso sentir sua angústia instalada em minhas veias.
No momento, um conselho: não olhe diretamente para ela. Não subestime sua força. Tampouco sua fraqueza.

Em 17.01.08

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Venha comigo


Quem diria que seria esse o final? Minhas apostas certamente cairiam em outro número, ou até em outro nome. Porém, entendo sua insistência, afinal, realmente não é fácil conviver com o que se deseja.
O pensamento deveria ser protegido por senha, e apenas acessado em momentos de equilíbrio. Assim, evitaríamos tanta dor e tanto sentimentalismo barato.
A cena do filme é antiquada e nem de longe representa minha paixão, mas nós dois sabemos que a reclamação é em vão. Não há contrato que anule tamanha decepção. A não ser, é claro, que você assuma os riscos, mas sei que não o fará.
A dor é certeira, e atinge onde menos se espera. Não é mesmo, "caro amigo"?
Na ressalva eu te aviso: largue tudo e venha comigo.

Em 17.01.08

terça-feira, 21 de julho de 2009

Retrato na parede


O retrato na parede não me diz nada. Não há pistas. Há um vazio, que, é claro, vai permanecer incompleto até que cicatrize. Depois, (ele) será apenas saudade de uma vida inacabada. Não foi bem vivida, é verdade, mas e daí? Aliás, quem sou eu para questionar? Não sou nada, não sou ninguém. Sou apenas mais um retrato na parede.

Em 13.02.09

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Eu não sei escrever


Ah, se eu pudesse escrever... Colocaria numa folha em branco meu segredos e pesadelos. Contaria histórias para as palavras e choraria com elas. Usaria letras para lágrimas e sorrisos. Mas eu não sei escrever. Só sei sentir.

Em 13.02.09